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sexta-feira, 5 de abril de 2013

A HISTORIA DIPLOMÁTICA DO VATICANO


História do Vaticano
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
St Peter's Square, Vatican City - April 2007.jpg

história diplomática do Vaticano: começa no século IV, porém os limites do poder do papado evoluíram ao longo do tempo e séculos. Os papas, e as suas prerrogativas de poder temporal, lideraram uma grande parte da península italiana, incluindo Roma, por um milênio.
A justificativa histórica para este poder temporal reside na Doação de Constantino, uma falsificação pelo qual o imperador Constantino I havia dado primazia ao Papa Silvestre sobre as Igrejas Orientais e o Imperium (poder imperial) ao Ocidente. (o caráter apócrifo deste documento foi elaborado em 1442 pelo humanista Lorenzo Valla).
 Os territórios dos Estados Pontifícios, antecessor ao atual Vaticano, haviam sido doados em 756 por Pepino, o Breve, rei dos francos pela Doação de Pepino.
Estados Pontifícios
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Estados Pontifícios
Durante um período de quase mil anos, que teve início no tempo do império de Carlos Magno (século IX), os Papas reinam sobre a maioria dos Estados temporais do centro da Península Itálica, incluindo a cidade de Roma, e partes do sul da França. Os Estados Pontifícios ou "Estados da Igreja" foram formados por um conglomerado de territórios, que basicamente permaneceram como um estado independente entre os anos 752 a 1870, sob a direta autoridade civil dos papas, e cuja capital era Roma.
Fim dos Estados Pontifícios (1870)
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Questão Romana
Durante o processo de unificação da península, a Itália gradativamente absorve os Estados Pontifícios. Em 1870, as tropas do rei Vítor Emanuel II entram em Roma e incorporam a cidade ao novo Estado. Em 13 de Março de 1871, Vítor Emanuel II ofereceu como compensação ao Papa Pio IX uma indenização e o compromisso de mantê-lo como chefe do Estado do Vaticano, um bairro de Roma onde ficava a sede da Igreja (as leis de garantia). O papado, consciente de sua influência sobre os católicos italianos e desejando conservar o poder da Igreja, recusa-se a reconhecer a nova situação e considera-se “prisioneiro” do poder laico. Além disso, proibiu os católicos italianos de votar nas eleições do novo reino.
 Tratado de Latrão
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Tratado de Latrão
Essa incómoda questão de disputas entre o Estado e a Igreja, chamada Questão Romana só terminou em Fevereiro de 1929, quando o ditador fascista Benito Mussolini e o Papa Pio XI assinam o Tratado de Latrão, pelo qual a Itália reconhece a soberania da Santa Sé sobre o Vaticano, declarado Estado soberano, neutro e inviolável. A concordata também concede indenização financeira ao papado pelas perdas territoriais da unificação e torna o catolicismo a religião oficial da Itália. Os termos da concordata são ratificados em 1947 pela república italiana.
Segunda Guerra Mundial
O Vaticano oficialmente seguiu uma política de neutralidade durante a Segunda Guerra Mundial, sob a liderança do Papa Pio XII. Embora a cidade de Roma fosse ocupada pela Alemanha nazista a partir de 1943 e pelos Aliados em1944, a Cidade do Vaticano em si não foi ocupada.
Pós-guerra 
Para enfrentar a perda de influência, o pontificado do Papa João XXIII (1958-1963) dá início ao diálogo com outras igrejas e com o mundo laico. O processo desemboca no Concílio Vaticano II (1962/63), o primeiro concílio ecumênico em 300 anos. As encíclicas sociais de João XXIII – Mater et MagistraPacem in Terris – e de seu sucessor Paulo VI (1963-1978) – Populorium Progressio – abrem caminho para a Teologia da Libertação, surgida em 1968, e para o alinhamento de uma parte do clero católico com posições de esquerda.
Em 1968, Paulo VI frustra os católicos liberais ao condenar métodos anticoncepcionais com a encíclica Humanae Vitae. Em 1978, a concordata é reformulada e o catolicismo deixa de ser religião oficial da Itália; no mesmo ano, as relações do Vaticano com o Estado italiano deterioram-se depois que o Congresso aprova o divórcio.
[editar]Conservadorismo e Escândalos
Em outubro de 1978, com a morte prematura do sucessor de Paulo VI, João Paulo I, cujo pontificado dura apenas 33 dias, o Cardeal polonês Karol Wojtyla, com o nome de João Paulo II, torna -se o primeiro Papa não-italiano desde oséculo XVI. O novo pontificado é marcado pelo conservadorismo em questões morais e pelo reforço na disciplina na Igreja, que se reflete na tentativa de João Paulo II de esvaziar o poder do clero chamado “progressista”.
Em 1981, João Paulo II sofre um atentado em Roma; seu autor, o turco Mehmet Ali Agca, é condenado à prisão perpétua. Em 1982, personalidades do Vaticano são envolvidas no escândalo da falência fraudulenta do Banco Ambrosiano. As relações do Vaticano com o Estado italiano pioram em 1987, quando a Justiça da Itália ordena a prisão do cardeal Paul Marcinkus, secretário de Estado do Vaticano e diretor do Instituto para as Obras de Religião(IOR), instituição financeira envolvida no escândalo Ambrosiano. Baseando-se nos termos da concordata – pela qual a Itália não tem jurisdição sobre o Vaticano –, a Suprema Corte italiana absolve Marcinkus.
João Paulo II visita várias vezes a Polônia e tem um papel importante no restabelecimento do diálogo entre o governo comunista e a poderosa Igreja polonesa. Entre 1990 e 1991, com a queda do comunismo, o Vaticano reata relações diplomáticas com países do ex-bloco socialista.
Em 1992, os setores “progressistas” da Igreja criticam a beatificação do padre José María Escrivá Balaguer, fundador da direitista Opus Dei, e a reafirmação feita pelo Papa da condenação à homossexualidade. O novo catecismo da Igreja Católica passa a considerar a masturbação e a prostituição pecados mortais contra a natureza, além do homossexualismo como um grave pecado contra a natureza humana e sexual e condena a corrupção e a dominação econômica
Em 1993, o Vaticano enfrenta um déficit orçamentário estimado em US$ 91,7 milhões. Para enfrentar essa crise financeira, a Prefeitura de Assuntos Econômicos autoriza a exploração comercial da imagem de João Paulo II. No mesmo ano, o Papa reafirma suas posições conservadoras sobre interrupção voluntária da gravidezcelibato clerical ou sexo antes do casamento na encíclica Veritatis Splendor.
A encíclica Evangelium Vitae, divulgada em 1995, condena radicalmente a interrupção voluntária da gravidez e a eutanásia. Em maio, o Vaticano divulga a 12ª encíclica do Papa João Paulo II, Ut Unum Sint, conclamando a unidade de todos os cristãos – católicos, ortodoxos e protestantes –, seguindo a via aberta pelo Concílio Vaticano II.
As relações exteriores do Vaticano são marcadas pela intervenção ativa nas conferências convocadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), sempre sob a óptica conservadora do atual pontificado. Na Conferência do Cairo sobre a População, em abril, contesta o controle da natalidade através de métodos “não-naturais”. A mesma posição é reafirmada na Conferência sobre a Mulher, em setembro de 1995, em Pequim.


História do papado: é a história do Papa e Bispo de Roma, chefe da Igreja Católica, tanto em seu papel espiritual e temporal, que cobre um período de aproximadamente dois mil anos.[1] O papado é uma das instituições mais duradouras do mundo, e teve uma participação proeminente na história da humanidade.[2] A Igreja Católica acredita que a "doutrina (…) sobre o papado é bíblica e decorre do primado de São Pedro entre os Apóstolos de Jesus. Como todas as doutrinas cristãs, desenvolveu-se ao longo dos séculos, mas não se afastou dos seus elementos essenciais, presentes na liderança do Apóstolo Pedro."[3]
Os papas na Antiguidade auxiliaram na propagação do cristianismo e a resolver diversas disputas doutrinárias.[4] Na Idade Média eles desempenharam um papel secular importante na Europa Ocidental, muitas vezes, servindo de árbitros entre os monarcas e evitando diversas guerras na Europa.[5] Atualmente, para além da expansão e doutrina da fé cristã, os Papas se dedicam ao diálogo inter-religioso, a trabalhos de caridade e à defesa dos direitos humanos.[6][7]
Não existe uma lista oficial de papas, mas o Anuário Pontifício, publicado anualmente pelo Vaticano, contém uma lista que é geralmente considerada a mais correta, colocando o atual Papa Francisco como o 266º Papa.[8]

O Martírio de São Pedro (Santa Maria del Popolo, Roma, Caravaggio, 1600).
Existe grande controvérsia entre os historiadores sobre a história do papado durante o cristianismo primitivo, destacando-se a questão da veracidade do martírio de Pedro e Paulo em Roma; sobre a organização da Igreja Romana no século I e princípio do século II, e o exercício da primazia papal.
Alguns historiadores argumentam que Pedro nunca foi realmente a Roma, e que essa crença se originou somente mais tarde.[9][10] No entanto, outros estudiosos citando os documentos cristãos primitivos (mais proeminentemente, a descrição da morte Pedro e Paulo em Roma nas cartas de Clemente em c. 96,[11][12] Santo Inácio de Antioquia em c. 107,[13] Dionísio de Corinto entre 166 e 176,[12] e Irineu de Lyon, em torno de 180 d.C.[14]) concluem que Pedro foi de fato martirizado em Roma.[15][16][17]
Uma vez que no século I os termos “presbíteros e bispos” eram sinônimos usados para os líderes da igreja local[18][19] submetidos a um apóstolo;[20] muitos argumentam que no final do século I e até a metade do século II, a Igreja Romana não possuía uma organização mono episcopal (um só Bispo como chefe da igreja local), mas uma forma colegiada de liderança,[9][18][21] sendo que o mono episcopado começou somente mais tarde, e assim, originalmente o ministério papal não existia. No entanto, outros estudiosos discordam, defendendo que os apóstolos designaram seus sucessores na liderança das igrejas locais (originalmente também chamados de "apóstolos" e no inicio do século II, de “bispos”),[20] como por exemplo, Tito e Timóteo investidos por Paulo de Tarso, e nos escritos posteriores de Clemente de Roma,[22]Inácio,[23][24] e Irineu,[25] que prematuramente atestaram a sucessão linear de Bispos desde a época dos apóstolos.[20]
Alguns historiadores afirmam que os papas não possuíam direitos ou privilégios primaciais no cristianismo primitivo sobre a Igreja Universal,[26] no entanto, uma vez que em muitas ocasiões os Bispos de Roma intervieram em comunidades locais, como Clemente I,[27] ou tentaram estabelecer uma doutrina vinculativa a Igreja Universal como Vítor I (sobre a controvérsia quartodecimana),[28] a visão predominante entre os historiadores, é que a Sé e o Bispo de Roma possuíam nesse período uma proeminência em questões relacionadas aos assuntos da Igreja Católica,[4][16][27][29][30][31][32] mas esse papel se desenvolveu e se acentuou profundamente nos séculos seguintes, especialmente a partir do século V e após o XI.[21]
Ver artigo principal: Papado (Cristianismo primitivo)
O primeiro documento fornecido por um papa, é de Clemente I no final do século I, em que interveio em uma disputa em Corinto, na Grécia,[33] Clemente foi o primeiro Pai Apostólico da Igreja,[34] fundando o período eclesiástico patrístico, que duraria até o século VIII. No século II os bispos romanos erigiram monumentos aos apóstolos Pedro e Paulo, davam esmolas às igrejas pobres[27] e lutaram contra gnósticos e montanistas na Ásia Menor.[27] No final do mesmo século, o Papa Vítor I ameaça de excomunhão os bispos orientais que continuarem praticando a Páscoa em 14 de Nisã (quarto de cimanismo).[28]Nessa época Santo Inácio,[35][36] e algum tempo depois Santo Irineu,[37] enfatizam a posição única do bispo de Roma.
No século III os papas preocuparam-se em afirmar a possibilidade do perdão dos pecados, se os fiéis se arrependessem e fizessem penitência (ao contrário do que pregava o novacionismo), como pode ser observado nos decretos de Calixto I e Cornélio I. No final desse século, papas como Estêvão I[38] e Sisto II[39] condenaram o rebatismo, como pregava a heresia do donatismo.
Muitos aspectos da vida dos papas primitivos, especialmente os primeiros, permanece envolta em mistério, como São Lino, que teria sido o segundo papa, cuja vida e ações como Bispo de Roma é incerta e desconhecida.[40] Devido a perseguição aos cristãos pelo Império Romano, os livros da vida dos santos de Roma afirmam que foram mártires todos os Papas dessa época,[41] sendo a maioria dos pontificados curto (embora exista incerteza sobre a morte de muitos Bispos de Roma, cujos relatos de martírio surgiram apenas muito tempo depois de sua morte, como por exemplo, São Clemente I, que viveu no final do século I, mas a história de seu martírio remonta apenas ao século IV).[42]
Alexandria e Antioquia também eram centros importantes para o cristianismo e seus bispos possuíam jurisdição sobre certos territórios. Muitos historiadores tem sugerido que seus poderes especiais provieram do fato de que as três comunidades foram chefiadas por São Pedro (Roma e Antioquia foram, segundo a Sagrada Escritura e Tradição fundadas por Pedro e Alexandria por seu discípulo São Marcos).[43][44]
Ver artigos principais: Cesaropapismo e Controvérsia ariana
Em 313, o imperador Constantino I concede liberdade para todas as religiões iniciando a Paz na Igreja; e passando a interferir em diversas questões eclesiásticas (como a convocação em 325 do Primeiro Concílio de Niceia), originando o cesaropapismo, e uma relação de "difícil entrosamento entre Igreja e Estado".[45][46] Constantino também ordenou a construção de três basílicas em Roma e as doou ao papado.
A organização conciliar e sinodal que havia sido vital no século III, também cresceu em importância nessa época – através dos concílios ecumênicos convocados pelos imperadores (por questões pragmáticas e também cesaropapistas), para proporcionar uma resolução definitiva para os litígios doutrinários na Igreja Católica. A tentativa de alguns concílios de independerem da autoridade papal, desafiá-la ou mesmo controlá-la, fez que o Papa Bonifácio I declarasse precocemente que o poder papal é superior ao conciliar e o último não pode julgá-lo.[47] Uma das primeiras demonstrações de um poder estatal administrado pelos papas, também surgiu nessa época, embora fosse de caráter puramente diplomático, como "defensor dos necessitados e da população", como observado por exemplo, no confronto do Papa Leão I com Átilaimperador dos hunos,[48] em que Leão convence Átila a não invadir e saquear Roma.
Nessa época também aprofundaram-se os conflitos entre a Igreja do Ocidente e Oriente. Em 330 a capital do Império Romano foi transferida para Constantinopla, dessa maneira rapidamente no Império Romano do Oriente o poder civil controlou a Igreja e o bispo de Constantinopla cresceu em importância, baseando seu poder no fato de ser bispo da capital e por ser um homem de confiança do Imperador,[49] no Ocidente por sua vez, o bispo de Roma pôde consolidar a influência e o poder que já possuía desde o cristianismo primitivo.[49] Em 380, o Édito de Tessalónica publicado pelo imperador Teodósio I, estabeleceu que a religião católica conforme ensinada pelo Papa Dâmaso I, como religião de estado exclusiva do Império.

[50Idade Média (493–1417)

Papado Ostrogodo (493-537)
Ver artigo principal: Papado Ostrogodo
Após a queda do Império Romano do Ocidente, a Itália foi dominada pelo Reino Ostrogodo, sendo que o rei ostrogodo era tolerante com a Igreja e não interferia em questões dogmáticas.[52] Rapidamente tribos bárbaras se converteram ao arianismo ou ao catolicismo.[53] Quando o rei dos francos Clóvis I, converteu-se ao catolicismo, aliando-se assim com o papado e os mosteiros, outras tribos como os visigodos seguiram seu exemplo.[53]
Em 494 o Papa Gelásio I a fim de refrear o cesaropapismo e o abuso dos governantes seculares, publica a epístola Duo sunt, sobre as competências do poder temporal e espiritual, na qual defende que os papas e os bispos devem administrar a Igreja; e o imperador e os príncipes a vida temporal, cada um independente do outro.[54] No final do século VI, o Papa Gregório, o Grande iniciou reformas administrativas e organizou missões para evangelizar a Grã-Bretanha.[32] Gregório também foi um importante teólogo, e suas perspectivas representam a mudança religiosa da perspectiva clássica para a medieval, seus escritos tratam sobre demonologiaangelologiaescatologia e etc.[55] Logo no início do século VII exércitos muçulmanos haviam conquistado grande parte do sul do Mediterrâneo, e representam uma ameaça para a cristandade ocidental.[56]

Papado Bizantino (537-752)
*    Ver artigo principal: Papado Bizantino
*     
Influência dos francos (756-857)
Ver artigo principal: Papado Franco
A Coroação de Carlos Magno pelo Papa Leão III. Afresco na Capela Sistina, de Raphael, em torno de 1516-1517.
No século VIII a iconoclastia (destruição de imagens religiosas), tornou-se uma fonte de conflito entre os papas e a Igreja Oriental.[57] A eleição do papa nessa época era conturbada, especialmente devido ao poder civil, enquanto alguns imperadores como Carlos Magno (771-814), e Luís I, o Piedoso (814-840) não interferiram e respeitaram as eleições papais, Lotário I (823-855), interveio abertamente e exigiu a confirmação do Sacro Imperador Romano na eleição papal. Em 898, o Papa João IX em um concílio realizado em Roma, decretou que a eleição devia ser feita apenas pelos cardeais-bispos e pelo clero.[58]
No final do mesmo século, buscando proteção contra os lombardos, o Papa Estevão II apelou para os francos para proteger a Igreja,[55] Pepino, o Breve subjugou os lombardos e doou terras italianas ao papa, formando então os Estados Pontifícios, que se tornou o Estado da Igreja.[55] Quando o Papa Leão III coroou Carlos Magno (800), os próximos imperadores passaram a ser ungidos por um papa.[55] Carlos Magno conjuntamente com a Igreja inicia uma importante reforma educacional e artística, conhecida como Renascimento carolíngio.

Saeculum obscurum
Ver artigo principal: Saeculum obscurum e Condes de Tusculum
O assassinato do Papa João VIII inaugurou um período marcado por curtos pontificados, no qual doze papas foram mortos (algumas vezes após sua deposição), mais três depostos e dois abdicaram, num período conhecido pelos historiadores como Saeculum  Obscurum (latimidade das trevas),[59] sendo considerado o ponto "mais baixo do papado".[55] Durante este período, os papas eram fortemente influenciados e lutaram com uma poderosa família aristocráticaTeofilactos e seus parentes,[60] sendo depostos ou assassinados.[55]
Na sequência da aliança do Papa Sérgio III com Teofilato IConde de Túsculo (o pai de Marózia) e sua esposa, Teodora, os Teofilactos influenciaram com sucesso na eleição de quatro dos próximos cinco papas.[61] O filho de Sérgio III com Marozia se tornou o Papa João XI, sendo deposto pelo rei Alberico II de Spoleto, que foi capaz de controlar a instalação dos próximos quatro papas, acabando por instalar seu próprio filho, o Papa João XII, cujo principal ato foi a coroar Oto I como imperador do Sacro Império Romano.[61]
Um sínodo em 963 depôs João XII, e Oto I elegeu o Antipapa Leão VIII (963-965), mas os romanos não o aceitaram e quando seu protetor partiu, ele foi deposto e João XII reassumiu o cargo; no entanto, morre repentinamente e o povo elege o Papa Bento V (964),[61] que Oto I substituí por Leão VIII, agora papa legítimo. Oto teve ainda mais sucesso no processo de nomeação do Papa João XIII (965-972) e do Papa Bento VI (973-974)[61]

Conflitos com o Sacro Imperador (1048-1257)
Ver artigo principal: História do Papado (1048-1257)
O cargo do imperador carolíngio foi disputado entre os seus herdeiros e senhores locais, nenhum saiu vitorioso até que Oto I, Sacro Imperador Romano-Germânico invadiu a Itália. A Itália tornou-se um reino constituinte do Sacro Império Romano em 962, a partir do ponto dos imperadores germânicos. Com a sua posição de imperador consolidada, as cidades-estados do norte da Itália se dividiram entre Guelfos e Gibelinos. Devido às interferências do poder civil, os conflitos no processo de escolha dos papas continuavam, por exemplo, Henrique III ao visitar Roma em 1048, encontrou dois antipapas e várias disputas provocadas pelo Papa Bento IX, Henrique instalou seu próprio candidato preferido ao papado, o Papa Clemente II.
A história do papado de 1048 a 1257 continuará a ser marcada por conflitos entre papas e os Sacro Imperadores Romanos.

Grande Cisma do Oriente
 Mais informações: Cisma do Oriente
Do século V ao XI foram numerosas as rupturas seguidas de reconciliação entre as igrejas do Ocidente e Oriente.[62] Em 1054 os legados romanos do Papa Leão IX, viajaram para Constantinopla para insistir no reconhecimento da primazia papal,[63] o patriarca de Constantinopla se recusou a reconhecer sua autoridade[64] e se excomungaram mutuamente,[63] posteriormente a separação entre Ocidente e Oriente se desenvolveu quando todos os outros patriarcas orientais apoiaram Constantinopla,[65] no evento do Grande Cisma.

Reforma Gregoriana e Questão das Investiduras
Desde o século VII era comum entre o reino dos Francos, bem como na Itália e na Espanha, que os reis, imperadores e nobres fundassem bispados e abadias, nomeando ou depondo os clérigos do local, e controlando suas ações.[66]As investiduras (nomeações) feitas pelos nobres visavam interesses pessoais e do reino, provocando a corrupção entre os membros do clero[46] . Entre os anos 900 e 1050 surgiram ideais e centros de reforma contra os abusos e a corrupção, como os mosteiros de Cluny (França) e Görze (Alemanha), de onde partem grupos renovadores para a Bélgica, Itália, Espanha, Inglaterra e demais países europeus.[66] A abadia de Cluny, que surgiu em 910, quando os mosteiros estavam em profunda decadência, foi fundada pelo duque Guilherme de Aquitânia que, renunciou ao direito de propriedade e doou-a ao papa, assegurando a liberdade do mosteiro. Assim "a abadia ganhou o antigo rigor monástico e profunda renovação espiritual, pois ingressava em Cluny quem realmente queria ser monge (…) Cluny colocou-se a serviço da liberdade da vida monástica, e de toda a Igreja. Era um mosteiro livre (…) Seu exemplo se alastra: Papas e bispos, (…) chamam os monges de Cluny para reformarem seus mosteiros".[66] Em 1059 o Papa Nicolau II promulga a bula In nomine Domini estabelecendo como únicos eleitores do papa os cardeais da Igreja Romana (apesar ainda de seguido pela aprovação dos leigos de Roma e pelo Sacro Imperador Romano[67]).
Em 1073, esses ideais ganharam força com a eleição do Papa São Gregório VII, que baseando-se em ideais ascetas e monásticos,[68] adotou uma série de medidas no movimento conhecido como Reforma Gregoriana, lutando radicalmente contra a simonia e a intromissão do poder civil na investidura de bispos, abades e dos próprios papas, tentando restaurar a disciplina eclesiástica.[45] Em reação, o imperador do Sacro Império Henrique IV, aliou-se a bispos alemães proibidos de exercerem suas funções religiosas, e considerou o papa deposto; este, em resposta, excomungou o imperador. Desenvolveu então um conflito aberto entre eles, que ficou conhecido como "Questão das Investiduras".[46] Henrique IV em 1077, pediu perdão ao papa por meio da Penitência de Canossa, embora não dispositiva no contexto da disputa, tornou-se lendária. Esse conflito só foi resolvido em 1122, pela Concordata de Worms, que adotou uma solução de meio-termo: caberia ao papa a investidura espiritual dos bispos e ao imperador, a investidura temporal.[46]

Cruzadas e Inquisição
Em 1095, o imperador bizantino Aleixo I pediu ao Papa Urbano II para ajudá-lo militarmente contra as invasões muçulmanas,[69] assim Urbano, no concílio de Clermont convoca a Primeira Cruzada, destinada a auxiliar o Império bizantino a retormar os antigos terrítórios cristãos, especialmente Jerusalém.[70] As cruzadas provocaram a formação de várias ordens militares, tais como os Cavaleiros Templários, os Cavaleiros Hospitalários, e os Cavaleiros Teutônicos.[71] Em 1209, o Papa Inocêncio III declarou a Cruzada dos Albigenses contra os Cátaros, uma seita gnóstica cristã que se instalara no LanguedocFrança. Para regulamentar a maneira como a Igreja lhe dava com os hereges, em 1231, Gregório IX instituiu a Inquisição Papal.[72]

Papado de Avignon e Grande Cisma do Ocidente
Ver artigo principal: Papado de Avignon e Grande Cisma do Ocidente
De 1309 a 1377, o papa não residia em Roma, mas em Avignon,[73] um período geralmente chamado de Cativeiro Babilônico, em alusão ao exílio bíblico de Israel na Babilônia.[74]
Papa Gregório XI deixou Avignon e restabeleceu a Santa Sé em Roma, onde morreu em 27 março de 1378. A eleição de seu sucessor, definiria a residência do futuro papa em Avignon ou Roma. O nome do Bartolommeo Prignano, Arcebispo de Bari, considerado com uma rígida moral e inimigo da corrupção, foi proposto e eleito em Roma por dezesseis cardeais italianos em conclave em 7 de abril, e no dia seguinte escolheram novamente Prignano. No dia 13 eles realizaram uma nova eleição e, novamente, escolheram o Arcebispo Prignano para se tornar papa. Durante os dias seguintes todos os Cardeais aprovaram o novo papa, que tomou o nome de Urbano VI e tomou posse. No dia seguinte, o cardeais italianos notificaram oficialmente a eleição de Urbano aos seis cardeais franceses em Avignon, que o reconheceram como papa, em seguida, escreveram ao chefe do império e aos demais soberanos. Tanto o Cardeal Roberto de Genebra, o futuro Antipapa Clemente VII de Avignon, e Pedro de Luna de Aragão, o futuro Antipapa Bento XIII, também aprovaram sua eleição.[75]
Mapa ilustrando o Grande Cisma do Ocidente: Os territórios em rosa, são territórios obedientes ao antipapado de Avignon, os territórios em roxo, são territórios obedientes ao papado de Roma.
O Papa Urbano não atendeu as necessidades de sua eleição, criticou os membros do Colégio Sagrado, e se recusou a restaurar a sede pontifical em Avignon. Os cardeais italianos então em maio de 1378, se retiraram para Anagni, e em julho para Fonti, sob a proteção da Rainha Joana de Nápoles e Bernardon de la Salle, iniciaram uma campanha contra a sua escolha, e se prepararam para uma segundo eleição. Em 20 de Setembro, treze membros do Colégio Sagrado fizeram um novo conclave em Fondi e escolheram o Roberto de Genebra como antipapa, que tomou o nome de Clemente VII. Alguns meses depois, apoiado pelo Reino de Nápoles, assumiu sua residência em Avignon, e o cisma começava.[75]
Clemente VII possuía relações com as principais famílias reais da Europa, os estudiosos e os santos da época normalmente apoiavam o papa adotado pelo seu país. A maior parte de estados Italianos e Alemães, a Inglaterra e o Flanders apoiaram o papa de Roma. Por outro lado FrançaEspanhaEscócia, e todas as nações aliadas da França apoiaram o antipapa de Avignon. Os Papas excomungaram-se mutuamente, enviando mensageiros para a cristandade defendendo sua causa. Posteriormente Bonifácio IX sucedeu Urbano VI em Roma e Bento XIII sucedeu Clemente em Avignon. Vários clérigos reuniram-se em concílios regionais na França e em outros lugares, sem resultado definitivo. O rei da França e seus aliados em 1398 deixaram de apoiar Bento e Geoffrey Boucicaut, sitiou Avignon, o bloqueio privou o antipapa de comunicação com todos aqueles que permaneceram fiéis a ele. Bento retomou a liberdade somente em 1403Inocêncio VII já tinha sucedido Bonifácio de Roma, e após um pontificado de dois anos, foi sucedido por Gregório XII.[75]
Em 1409 um concílio que se reuniu em Pisa acrescentou um outro antipapa e declarou os outros dois depostos. Depois de muitas conferências, discussões, intervenções do poder civil e várias catástrofes, o Concílio de Constança (1414) depôs o Antipapa João XXIII, recebeu a abdicação do Papa Gregório XII, e finalmente, conseguiu depôr o Antipapa Bento XIII. Em 11 de novembro de 1417, o concílio elegeu Odo Colonna, que tomou o nome de Martinho V, terminando assim o grande cisma do Ocidente.[75] O prestígio da Santa Sé foi profundamente afetado com esta crise, o que causou a criação da doutrina conciliar, que sustenta que a autoridade suprema da Igreja encontra-se com um concílio ecumênico e não com o papa,[76]sendo efetivamente extinta no século XV.[76]
O prestígio do papado foi profundamente afetado com esta crise, o que causou a criação da doutrina conciliar, que sustenta que a autoridade suprema da Igreja encontra-se com um concílio ecumênico e não com o papa,[76] sendo efetivamente extinta no século XV.[76]
Idade Moderna

Renascimento
Ver artigo principal: Papado Renascentista
Basílica de São Pedro, a maior igreja docristianismo,[77][78][79] foi construída pelos papas do Renascimento, demonstrando seu incentivo as artes.
Durante o Renascimento os papas patrocinaram e incentivaram artistas e intelectuais, tornando-se importantes mecenas,[46] tais como Júlio II e Leão X, que contrataram artistas como Bramante,BerniniRafael e Michelangelo,[46] transformando a cidade de Roma num dos principais centros do Renascença Italiana, juntamente com Florença.[80] O papado renascentista é normalmente associado a corrupção e a degradação moral.[81][82] Os papas desse período não estavam à altura das necessidades da Igreja, suas preocupações eram mais políticas e artísticas. O nepotismo atinge seu auge: papas e cardeais estavam mais interessados em garantir o futuro de seus familiares do que numa reforma religiosa. Os cardeais eram criados entre parentes, sem se olhar a idade, virtudes morais e intelectuais (foram os famosos cardeais-sobrinhos).

]Reforma Protestante e Católica (1517-1585)
Antichristus, por Lucas Cranach (1521), representação do Papa como o Anticristo, cercado de funcionários da Cúria Romana. Lutero sustentou que sendo o papa o Anticristo, a violência devia ser usada para derrotá-lo.[83]

Reforma Protestante iniciada a partir de 1517, desconsideraria diversas doutrinas e dogmas católicos, e provocaria os maiores cismas do cristianismo.[84][85] Muitos reformadores afirmaram que o papa seria o "anticristo",[86] tais como Martinho Lutero,[87] que argumentou que a violência deveria ser usada para derrotar sua autoridade,[83]João CalvinoThomas Cranmer,[88] John KnoxCotton Mather, e John Wesley.[89] Calvino despertou revolta inclusive entre seus próprios seguidores ao chamar de "papistas" muitos cristãos respeitados.[90] Os papas por sua vez, compararam os reformadores a "raposas [que] avançam procurando destruir a vinha (…) [que] entregastes o cuidado, norma e administração (…) a Pedro, como cabeça e vosso vigário e a seus sucessores. O javali da floresta procura destruí-la e toda fera selvagem vem devastá-la."[91]
Como retaliação os papas instituíram a Reforma Católica[4] (1560-1648), que lutou contra as contestações protestantes e instituiu reformas internas. O evento mais significativo da reforma católica foi à convocação do Concílio de Trento (1545-1563),[92] pelo Papa Paulo III (1534-1549).
Os papas também tiveram um papel importante na Colonização das Américas: como por exemplo, o Papa Alexandre VI, que dividiu os direitos e as terras recém-descobertas entre Espanha e Portugal.[93]Os papas também tentaram conter os abusos cometidos contra os índios por exploradores e conquistadores, condenando a escravidão,[94] tais como Paulo III,[95][96][97][98] Papa Urbano VIII (1623-1644),[99] e Papa Bento XIV (1740-1758).[100]

Idade Contemporânea

Questão Romana (1870–1929)
Ver artigo principal: Questão Romana
No século XVII, após a ascensão de Napoleão Bonaparte e a eclosão das Guerras Napoleônicas, os Estados Pontifícios foram ocupados e extintos pela França,[6] as revoltas do povo romano contra os franceses foram esmagadas[6] e o Papa Pio VII preso em Savona e depois na França.[6] Com o Congresso de Viena, os Estados Pontifícios foram recriados, e extintos novamente em 1870 por Victor Emmanuel II, no âmbito daunificação da Itália, iniciando-se a Questão Romana.[4] No mesmo ano o Concílio Vaticano I proclamou o primado e infalibilidade papal como dogma.[101][102][103]
Em resposta aos desafios sociais da Revolução Industrial, o Papa Leão XIII publicou a encíclica Rerum Novarum, estabelecendo a doutrina social da Igreja em que rejeitava o socialismo, mas que defendia a regulamentação das condições de trabalho, o estabelecimento de um salário mínimo e o direito dos trabalhadores de formar sindicatos.[32] Em 1929, o Tratado de Latrão assinado entre a Itália e o papa Pio XI estabeleceu a independência do Vaticano, como cidade-estado soberano sob controle do papa, utilizada para apoiar sua independência política.[4]

Depois de violações da Reichskonkordat de 1933, que havia garantido a Igreja na Alemanha nazista alguma proteção e direitos,[104] o Papa Pio XI emitiu em 1937 a encíclica Mit brennender Sorge,[104] que condenou publicamente a a perseguição da Igreja pelos nazistas e sua ideologia de neopaganismo e superioridade racial.[104] Depois que a Segunda Guerra Mundial começou em setembro de 1939, a Igreja condenou a invasão da Polônia e as subsequente invasões nazistas de 1940.[105] No Holocausto, o Papa Pio XII dirigiu a hierarquia da Igreja para ajudar a proteger os judeus dos nazistas.[70] Apesar de Pio XII ter ajudado a salvar centenas de milhares de judeus, segundo muitos historiadores,[106] ele também foi acusado de não fazer o suficiente para impedir as atrocidades nazistas,[107] e o debate sobre a validade dessas críticas continua atualmente.[106]

Concílio Vaticano II (1962-presente)
Concílio Vaticano II, reunido nos anos 60, modernizou o papel e a ação da Igreja na sociedade. Após sua conclusão, o Papa Paulo VI e seus sucessores, especialmente o Papa João Paulo II, passaram a ser conhecidos como os "papas peregrinos", viajando para diversas partes do mundo e dedicando-se ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso, a trabalhos de caridade e a defesa dos direitos humanos.[6][7]

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